terça-feira, 30 de outubro de 2012

" A Deus dará"



           Confesso que ainda estou tão atordoada pelas circunstâncias que nem consigo raciocinar direito. O que sinto é uma tristeza enorme que luta contra uma vontade de não cair em desesperanças. O fato é que hoje pela manhã, quando estava a caminho do trabalho recebi a notícia de que uma vizinha minha - e amiga de alguns entes da família – não tinha resistido aos ferimentos e havia falecido durante a madrugada. O motivo do seu óbito? O abandono do estado, a desvalorização da vida, a falta de segurança, dentre tantos outros motivos. Mas traduzindo e resumindo a culpa ao responsável de ter apertado o gatilho, o que acontece é que por volta das 18h40 de ontem uma jovem que estava praticamente na porta de sua casa, foi assaltada e teve sua vida ceifada por conta de um simples celular. As primeiras leituras de rostos e falas são de surpresa, tristeza e indignação: “Como pode alguém perder a vida por causa de um celular?”, “A que ponto chegamos!”. Os leitores podem perguntar: E a polícia? Bem... Da polícia eu nem ouço falar... Sua ausência parece ser um fato e  a certeza da sua incapacidade de resolver o problema em pauta parece ser unanimidade no discurso que fica oculto. Eu que infelizmente vejo cotidianamente o resultado de diversos tipos de situações de violência, confesso que fui “baqueada”  pelas circunstâncias e sinto que tomei uma “porrada” da qual não será fácil me recuperar, seja pelo absurdo do fato em si ou pelo fato de tamanha barbaridade ter invadido a minha casa sem bater na minha porta e sem pedir licença para entrar. A sensação que tenho é que estamos, como já dizia uma expressão popular   “ a Deus dará”.. Mas nesse momento cabe uma reflexão já cantada por Cássia Eller na música Partido Alto:  “E se Deus não dá... Como é que vai ficar?” 

domingo, 9 de setembro de 2012

Qualquer Coisa



          Estive lembrando de quando comecei a conhecer e a gostar da chamada "Musica Popular Brasileira". Foi num dia de semana qualquer, onde resolvi aceitar ao convite  insistente, daquele que futuramente seria um grande amor, para tomar um sorvete na famosa "Sorveteria da Ribeira". A gente já tinha falado algo sobre a minha vontade adolescente de aprender a tocar violão e lembro dele se exibindo dizendo que tinha até algumas composições. Nessa noite ele levou o violão, tomamos o sorvete apreciando o mar e ele me perguntou qual musica eu queria que ele tocasse. Eu que ainda estava decidindo se permanecia ou se desistia completamente de seguir a doutrina evangélica, não conhecia musicas "mundanas" e coberta de vergonha, pela minha ignorância, falei: " não sei.. toca qualquer coisa". Me surpreendi quando notei a primeira frase da música: "Esse papo já tá qualquer coisa.. Você já tá pra lá de Marraqueche".  Ao fim da música ele já tinha me arrancado um sorriso de surpresa e admiração, além de me deixar com uma certa dose de constrangimento, mas ele tem o dom de diluir situações constrangedoras. Eu não sabia mas nascia ali, naquele momento, o meu amor pela MPB e por ele.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Trocando em Miúdos

Sabe quando você está num relacionamento lutando contra todas as correntezas, utilizando as ultimas forças e ignorando todos os fatos que mostram que o fim já aconteceu mas ainda não foi reconhecido? Quando o medo da perda, do desconhecido, do vazio... é maior que o sentimento de dor que aponta no termômetro da relação mostrando que esta se encontra febril? Quando a vontade de ficar parece não ser recíproca e a coragem de conversar a respeito do assunto é nula?
Parece que é nesse estágio de perda amiúde que se encontra o sujeito de Trocando Em Miúdos de Chico Buarque. Eu tenho quase certeza disso quando ouço... "Eu bato o portão sem fazer alarde;Eu levo a carteira de identidade; uma saideira, muita saudade; E a leve impressão de que já vou tarde". Me parece uma saída típica, e não por isso menos digna, de quem cansou de sofrer ao tentar reconstruir sozinho o que só foi erguido porque existiam dois. Sem barulho... Para não chamar a atenção dos vizinhos, curiosos de plantão, para evitar perguntas que nunca terão uma resposta racional e para se refugiar na própria solidão que trará conforto, refúgio e força.
Se em primeiro momento, e apenas em primeiro momento, a letra de Trocando em Miúdos parece ser embutida de raiva, o decorrer da leitura mostra que o que o sujeito sente mesmo é tristeza, parecendo aquela forma de adorar pelo avesso, que Chico canta em Atrás da Porta. Enfim... Acho que eu já troquei em miúdos, acho que raríssimos e mentirosos são os que dizem que nunca passaram por essa experiência e iludidos são os que acreditam que nunca vão passar por ela. Acho também que a musica é muito linda e triste, acho a interpretação de Chico quase perfeita e acho que vocês vão gostar de ver ou rever o que tem no vídeo abaixo...


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mais Feliz


Por um segundo teu no meu
Por um segundo ser mais feliz...
Dé/ Bebel Gilberto/Cazuza

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quando Amanhecer - Vanessa da Mata/Gilberto Gil



Deixo hoje com vocês o vídeo da musica que mais me toca no novo CD de Vanessa da Mata - Bicicletas, Bolos e outras alegrias - lançado em 2010. Nem sei o que gosto mais... Se a voz doce de Vanessa, se a voz calma de Gil ou se o equilíbrio encontrado na junção dos dois. Se a poesia apaixonada ou se a batida do violão de Gil que a completa. Era de se esperar que a mistura de todos esses ingredientes, que já são bons isoladamente, resultassem nessa musica tão prazerosa de se ouvir. Espero que vocês também consigam sentir a poesia e se desfrutar dessa maravilha.
"Seu cheiro me achando, minha alma perdida."